vijnana yoga

Vijnana Yoga

Vijñāna Yoga

A Vijñāna Yoga é uma prática de corpo e mente que combina simplicidade e precisão na postura e na respiração. Cultiva o foco interior e a compreensão, de modo a desabrochar habilmente a partir de dentro — tanto nas posturas como no mundo.

A Vijñāna Yoga tem as suas raízes nos ensinamentos de Sri Krishnamacharya, o grande e respeitado mestre de Pattabhi Jois, B.K.S. Iyengar e T.K.V. Desikachar. O conceito yóguico de Vijñāna — “compreensão a partir do dentro” — expressa o espírito desta prática e os seus princípios orientadores.

Segundo o grande filósofo vedanta Sankara, Vijñāna é uma compreensão ou conhecimento profundo que não vem apenas do saber exterior que recebemos de um professor ou de uma tradição textual espiritual. É, antes, uma clareza interior que se revela através da experiência pessoal.

“A consciência e a convicção de que o fogo existe na madeira é jnana (conhecimento). Mas cozinhar o arroz nesse fogo, comer o arroz e nutrirmo-nos dele é Vijñāna .”

— Sri Ramakrishna

Os Princípios de Vijñāna Yoga

Vijñāna Yoga baseia-se em quatro princípios:

meditação (sentar em silêncio), pranayama (exercícios de respiração), asana (posturas) e estudo da tradição escrita do yoga.

A prática que nasce deste conhecimento e clareza interior, aliada aos princípios orientadores — relaxar o corpo, acalmar a mente, focar a intenção, enraizar, conectar-se, estar consciente da respiração e expandir — permite-nos ir mais fundo. A partir desse lugar, vemos, sentimos, compreendemos e agimos com inteligência.

“Vijñāna, - o ato de distinguir ou discernir, compreender, reconhecer, inteligência, conhecimento, habilidade, arte, ciência.

”Dicionário Sânscrito-Inglês de Monier Williams, p. 961

“Na verdade, diferente e dentro da capa que consiste na mente (manas) está o atma que consiste em vijñāna (compreensão). Este tem a forma de uma pessoa...

A fé (śraddhā) é a sua cabeça,

A ordem (rta) é o seu lado direito.

A verdade (satya) é o seu lado esquerdo.

O yoga é o seu corpo.

A Grande Inteligência (mahat) é a sua parte inferior, a fundação.

”Taittrīya Upanishad II.41

“No estágio da mente (manas), aceitamos a autoridade que é externa. No estágio de vijñāna, o crescimento interno é afetado. Desenvolvemos fé, ordem, veracidade e união com o supremo.

”Trecho do comentário de S. Radhakrishnan sobre o Taittrīya Upanishad“

Tão diretamente quanto a visão física vê e compreende a aparência dos objetos, tão diretamente e muito mais ainda a gnose (vijñāna) vê e compreende a verdade das coisas.

”Śri Aurobindo, The Synthesis of Yoga, p. 463

Os Princípios Vitais

Com a expiração, relaxe o corpo. Liberte a tensão.
Com a inspiração seguinte, observe o corpo a partir do interior e relaxe.
O corpo deve estar estável e tranquilo.
Não tente ficar direito(a) à força, mas também não deixe o esqueleto colapsar.
Simplesmente relaxe de dentro para fora.

Quer estejamos concentrados, dispersos ou nervosos; tristes, alegres, cansados ou cheios de energia — os olhos postos na parte posterior da cabeça, percebem o estado interior e o humor da mente.
Observamo-nos e praticamos a partir de um silêncio interior.
A mente vazia intensifica-se na prática.

Quando a mente está estável e calma, durante a meditação, a pranayama ou o asana, esta calma reflete-se na prática.
O corpo espera pela prática; o coração abraça-a com toda a sua força.
A cada respiração há uma intensificação da intenção e uma afinação da direção.
Ao visualizar-nos a praticar, respirar ou mover, dedicamo-nos totalmente a ela.
Com cada postura, reafirmamos a nossa intenção.

Deixe que o peso do corpo se afunde no ponto de contacto com o chão.
Sinta a força desse movimento em todo o corpo.
À medida que o enraizamento é dominado, o corpo torna-se leve e move-se sem esforço.

Esteja consciente das duas direções opostas: subir para descer, avançar para recuar.
O desejo de expandir nasce do centro.
A primeira direção é a seta, a segunda é o arco; o que as une é a conexão.
Como uma corrente: quanto mais distintas forem as suas partes, mais forte é a ligação —
e o corpo move-se como um só.

Esteja consciente da inspiração e da expiração.
Lique-se ao mundo e entregue-se à terra.
Inspire alongando, expire enraizando.
Instire espandindo, expire firme e centrado.
Por vezes a respiração é doce e suave, outras vezes profunda e longa.
A respiração está sempre presente.

Quando há enraizamento durante a expiração, a inspiração traz alongamento e expansão.
Ou talvez o alongamento e a expansão ocorram como resultado do enraizamento.
Quando o corpo se alonga e se alarga, cada parte move-se como uma corrente unida no espaço.
Não há fricção, esforço, ou nem tensão muscular.
O corpo move-se relaxado, conectado — um só.

Integração dos Princípios

Todos os princípios coexistem e devem ser aplicados em simultâneo, embora seja difícil observar todos simultaneamente. Para aprofundar a compreensão, escolhemos um princípio e trabalhamos nele constantemente até o dominar. Muitas vezes é necessário focarmo-nos num só durante anos, até que se torne parte de nós. Mas a prática só é completa quando todos coexistem em harmonia. Quando sentimos bloqueios, precisamos de olhar atentamente e ver qual princípio está a ser negligenciado — e reavivá-lo.

Estes princípios são o resultado de muitos anos de prática.
Quando esta prática é feita — e ainda é — com cuidado, consciência, repetição e atenção diária, estas são as conclusões a que Dona Holleman e Orit Sen-Gupta chegaram e descreveram no seu livro “Dancing the Body of Light”.

“Na forma de praticar da Vijñāna Yoga, já não sou eu que respiro — sou ‘respirada’ por uma respiração maior da vida. Sem fronteiras, já não me movo. Em vez disso, sou movida por forças incrivelmente deliciosas, refrescantes, apoiantes e não pessoais.” - Teresa Caldas
Como ensinamos Vijñāna Yoga

A yoga deve ser transmitida de uma forma muito pessoal, quase íntima.
O conhecimento, o sentir e a compreensão são passados diretamente de corpo a corpo.
Os nossos corpos compreendem simplesmente ao observar atentamente.

As posturas de yoga são praticadas e explicadas para alunos de todos os níveis.

O estudo da anatomia e do movimento é importante e é tomado em consideração.
Com o tempo, porém, percebe-se que não é a força física que nos permite realizar posturas complexas, mas sim algo que surge de dentro — quando o corpo e a mente estão calmos e relaxados, e quando estamos em harmonia connosco próprios e com o mundo exterior.

Os alunos que necessitam de mais atenção ou apoio recebem a orientação necessária
e trabalham ao seu próprio ritmo.

As posturas (asanas) são demonstradas durante as aulas, com algumas pausas para correções ou explicações pessoais.
Aqueles que desejam tentar posturas mais desafiantes são encorajados a fazê-lo.
Com o tempo, prática, dedicação e consciência, os alunos podem abraçar uma prática completa de yoga de corpo, mente e alma.

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